AMENDOEIRA FELIZ
AMENDOEIRA FELIZ
De: Carlos. Henrique Musashi - Em, 09 de Dezembro de 1997.
Amendoeira feliz rompe o tempo o quanto brotas.
Parada em silêncio à minha amada observa
Sempre quieta em frente a este muro.
Cercada por tantas casinhas,
Estás há tanto tempo por aqui
E mesmo assim continuas sozinha.
Acho que não vistes tantos amores,
Mas, quem sabe, alguns horrores da miséria humana.
Agora és a mais voyeur das testemunhas
De carinhos semlascivos, porém sinceros,
De cores antigas que não desbotam.
E tuas amêndoas caem,
Mesmo quando vento não sopra
Pois sabes que tens de deixar tuas sementes.
Amendoeira feliz,
Temos algo em comum!
Tenho também sementes,
Mas tenho medo de parecer impertinente,
Não obstante, preparo minha terra lentamente
- o ventre e o coração de minha graciosa.
Amendoeira curiosa...
Estás tão perto de minha amada,
Estás sempre aos pés de sua calçada,
Em frente ao tal batente onde fico feliz,
Onde o meu amor tantas coisas me diz
Coisas desconexas, quais não podes repetir...
Estás parada, a copa brota, o tempo passa
E tua sombra, seja ao sol ou a lua,
Cobres promessas que flutuam
De quem somente um bom tempo espera
Enquanto um bom presente vive,
De momentos sem par sob teus galhos
Que gentilmente nosso amor olha
- tu és feliz!
Mesmo que apenas te vejam
Um pobre esquecido
Pé de castanhola.
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