A crítica literária de Fiorefalsus II, por Eliene Magalhães.
Crítica literária de Fiorefalsus II, por Eliene Magalhães.
Fiorefalsus II, A Ética dos Imorais contempla uma história de ficção com particularidades da vida real num fascinante desenrolar de fatos interessantes. Uma história agradável e ao mesmo tempo conflitante.
O romance-ficção, escrito e inspirado na vida real, tem como protagonista o narrador da história Marco Wang, de origem ancestral chinesa, aponta em "seu escrito" peculiaridades de um texto poligênero, uma admirável sedução poética, ao mesmo tempo em que retrata o cotidiano das pessoas, configurando crônica e prosa em sua narrativa com riqueza e requinte de obra de arte de um grande escritor múltiplo com facetas genialmente admiráveis.
Livro rico em sabedoria oriental, trazendo os quatro elementos da natureza (água, ar, fogo e terra) como contextualização de sua escrita asiadescendente, um show em sabedoria ancestral, quase um oráculo, porque ensina, em seu discurso, a ética do bom viver quando crítica à imoralidade perversa da maldade humana nos personagens antagonistas.
Henrique Musashi sabe como ninguém encantar o leitor com o mais alto requinte de homem que tem intimidades com as palavras, em arrebatar o leitor e a leitora com sua complexidade na escrita, escreve particularmente com indícios de poligênero (textos narrativos acrescido de prosa poética, crônica, romance, provérbios, contos, etc.) tudo em uma só obra. Fazendo de sua escrita uma complexidade que interpreto desde seus primeiros livros, com poesias que trabalham características pós-moderna, concreta, surrealista, simbólicas e trovadorescas, na verdade não lembro em que li algo semelhante, com tantos e tantas nuances de fazer-me viajar em sua literatura.
FIOREFALSUS II traduz uma das maiores complexidades literárias que já li, traz elementos da natureza fazendo ponte à trajetória de caminhos que no cotidiano enfrentamos. Quando li e reli vi o quanto podemos identificar com nossa vida, fazendo da história um oráculo, um caminho de procurar viver as boas virtudes, o bom caminho, retratando assim no BUDÔ, com conhecimentos do TAOISMO, BUDISMO, XINTOÍSMO e etc, trabalhando conceitos ancestrais, afirmação de amor a pertenças milenares, busca por nossa ancestralidade.
O personagem principal, Marco Wang, é o jovem que já passou pelo primeiro divórcio, “homem adepto das relações amorosas superficiais”, como conta a sinopse, mas sendo franco e tomando devidas precauções para não machucar, “ficando” com várias mulheres, que encarassem seu estilo de vida pegador, tinha medo de encarar uma relação mais séria pelo o sofrimento passado, até o dia que conheceu Morgorena, quando, mutuamente, surgi o interesse em algo sério e duradouro, dando-se mais uma chance a um relacionamento estável. Apaixonado e cheio de esperanças, em um novo recomeço resolvi viver seu amor numa terra distante, religiosa e cheia de preconceitos, Wang muda-se para Aderaldópolis, uma cidade de viventes tradicionalista e fanáticas religiosas. Sendo ele um voltado a outra corrente filosófica e hábitos místicos e “não cristão”, praticante de tendo apenas os seus talentos para seu “ganha-pão”, ele assisti um grupo de pessoas, segundo o narrador, perturbadas de mente e espírito, vive um DRAMA em que o grupo citado investi situações de perfeito inferno de acusações e tramas. Tudo ia bem até começar a sentir sua vida prejudicada, e contrapondo essas terríveis investidas começa a reagir. Em meio a tudo isso ele descobre, de forma assustadora que existe vida após a morte. Um verdadeiro "thriller social".
FIOREFALSUS II traduz, em sua escrita, exemplos de como na vida percebemos igual na ficção pessoas projetando derrubar outras para conseguir o que querem; exemplos infelizes de mal viver, que na ficção, vem a retratar a vida real.
Eliene Magalhães
- Professora, escritora, poetisa, graduada em Letras pela UFC, Pedagoga, especialista em Psicopedagogia, Ensino Religioso e História da Cultura Africana e Afrodescendente.
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