CRÔNICA PARA TODOS OS NATAIS E ANOS QUE VIRÃO
Crônica do livro "Social Carrasco", por Henrique Musashi Ribeiro
Dizemos
que parente ninguém escolhe, mas agregados sim, mesmo que a contra gosto dos
demais. Talvez, por isso, digam que o Natal é dia de esquecer tudo em nome de
algo maior. Mas que algo maior é este? Seria possível alguém me responder sem
falar hipocritamente ou sem os velhos chavões natalinos que, geralmente, são da boca pra fora? Seria possível?
No
entanto acredito que o amigo leal é o parente que escolhemos, seja este
consanguíneo ou não. E neste solstício de dezembro é possível
promover uma paz sincera e verdadeira plantada, não agora ao redor de um peru e
panetone ao lado de gente que não nos suporta, ou não suportamos, mas semeada
ao longo do ano com algo chamado de respeito e consideração. Aquele mesmo que
queremos pra nós e deveríamos dividir com o próximo todos os dias do ano. Só
assim, então, no Natal, nos reuniríamos em ação de graças para confraternizar
com as mesmas pessoas, e outras que cativamos, e dessa vez iremos festejar de
maneira diferente, fazendo o velho exame de consciência e pensando no que
poderíamos ter feito de melhor, para quando olharmos para trás possamos
novamente experimentar o prazer de nossas atitudes positivamente corretas.
Tenho
certeza que assim seremos menos insuportáveis, seremos e teremos um fardo mais
leve. Seremos até mais atraentes, diremos menos idiotices e grosserias durante
o decorrer do ano. Ficaremos ansiosos por nos achegar ao outro, falar e ouvir
as novidades em meio a um papo gostoso e sadio, sem aquelas velhas alfinetadas
ou pabulagens repulsivas que apenas afastam as pessoas de nós. E o convite,
para a ceia ou réveillon, será recebido com honra e não com constrangimento,
pois não será necessário inventar um desculpa para ir embora mais cedo ou,
simplesmente, para não aparecer nas “famosas reuniões familiares”, onde se
fazem cara de paisagem, aquela mesma cara que se faz na sala do urologista,
regada a fingimento, onde nada pendente foi resolvido de maneira sincera, sadia
e honesta. E terminamos por fingir gostar de pessoas que não suportamos. E
acabamos por atiçar a raiva e o desgosto daquele que apertamos a mão, mas nem
olhamos nos olhos. Ou você achar que aquelas saudações ‘desinchavida’, de três
segundos intermináveis, apagará o rastro de titica que deixamos no caminho do
outro durante o ano?
Não
precisa ser natal ou réveillon, podemos começar este tempo do advento hoje,
para que o nosso ano seja realmente novo a partir de agora, pois do contrario
será apenas uma nova recontagem de dias, semanas e meses até chegar mesma festa
onde nada e novo, a não ser a roupa que você estará usando e as promessas que
costumamos fazer e não cumprir.
Eu
acredito que o ser humano é capaz de surpreender, de maneira positiva, quando
quer. Surpreender de maneira negativa, a tal da vingança, todo mundo sabe e já
é comum e nem nos surpreende mais.
Desejo
a vocês, que está lendo, esta minha sofrível crônica, um Feliz Natal e Um
Prospero Ano Novo que pode começar já, que o AMOR seja, principalmente,
sinônimo de PAZ na vida de todos nós... E nossas escolhas reflitam a sabedoria
da Grande Força’ que rege o Universo. E possamos fazer sempre a atitude certa
com o nosso próximo e consequentemente com a nossa casa chamada Planeta
Terra.
Atenciosamente
Henrique Musashi
Ribeiro
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