O PUM ILUDIDO
O PUM ILUDIDO
Por
Carlos Henrique Musashi, Aracati/Ce
Era uma vez uma ventosidade
que morava no traseiro de um bêbado flatulento. Este flato, em especial, possuía
uma autoimagem que divergia dos outros gases intestinais, pois se convencera há
tempos que era um trovão.
- Por que você pensa que é
um trovão? – Indagou o traseiro.
- Hora… Eu, assim como os
demais trovões, sou uma nuvem grande e barulhenta, quando entro em ação, as
pessoas, sob mim, saem correndo só de ouvir o sinal de minha chegada, pois eu
sou forte e intimidador – disse o Pum todo cheio de si.
- Acho que você está
enganado! – Disse o traseiro.
- Não, acho que você é que
tem inveja de mim, pois não tem a moral que eu tenho.
O traseiro sorriu e disse:
- Todos os trovões são
fenômenos sonoros da natureza…
- Ah! Eu também sou!
- Mas, meu caro Pum, o som
do trovão acontece por conta do movimento de cargas elétricas na atmosfera… Já
você faz barulho por conta da vibração do meu esfíncter externo contraído e,
você, ao passar veloz faz vibrar tal membrana. E, “graças aos céus”, você não
vem depois de um relâmpago, ou eu já estaria ferrado… Você vem antes de uma dor
de barriga.
O Pum ficou em um curto
silêncio e retrucou:
- Mas se, como fenômeno de
nuvem de gás barulhento não sou um trovão forte e viril, por que as pessoas
fogem de mim? As pessoas são tão covardes assim?
- Não, não que elas sejam
covardes e tenham medo de você, mas se afastam porque você é desagradável e, em
público, chega a ser ofensivo, Ah! Você fede…
É importante ter uma boa
autoimagem, ter uma boa autoestima, mas alguns indivíduos agem como o Pum,
mencionado na história. Acham que intimidam pela grandiosidade e moral, quando
na verdade apenas afastam as outras pessoas porque são meramente desagradáveis.
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