Pessoas falsas: como identificá-las e como lidar com elas?
Pessoas falsas: como identificá-las e como lidar com elas?
Texto compilado por Carlos Henrique Musashi
Das frases mais
populares sobre o tema a que mais resume de maneira assertiva é a do humorista
e escritor Jô Soares a nos dizer:
“Gente falsa não fala, insinua. Não conversa,
gera intriga. Não elogia, adula. Não deseja, cobiça. Não colabora, interfere.
Não participa, se infiltra. Não sorri, mostra os dentes. Não caminha, rasteja
pela vida sabotando a felicidade alheia e sobrevivendo de seus restos.”
A intenção de
abordar este tema é de tornar ciente sobre a presença de pessoas que podem nos
colocar em situações bem desagradáveis, pois elas são capazes de conduzir e
converter nossos sentimentos, palavras e ações em algo negativo, em situações que
são verdadeiras armadilhas que transformam pessoas isentas em vítimas
manipuladas pelos cordões da mentira em “maléfico-benefício” de certos
indivíduos em desfavor de suas vítimas desavisadas. Este artigo não tão o mero objetivo de identificar
com o intuito hostilizar, perseguir ou difamar tais pessoas, mas apenas para dar ciência de com quem estamos lidando no nosso dia-a-dia e nos prevenir destas armadilhas
humanas que gostam de “levar e trazer histórias” para induzir suas atuais
vítimas, beneficiando sua falsa autoimagem, ao tempo que desqualifica suas
vítimas anteriores, movidas pela sua carência e necessidade constante de
validação seja na vida pessoal ou no ambiente de trabalho.
Para a
compilação deste conteúdo foram consultados vários textos (on-line) sobre a
ótica de especialistas em comportamento humano, tendo em vista que foram
evitados textos e sites que apresentaram explicações tendenciosas, rudes e
demasiadamente genéricas que poderiam induzir leitor ao julgamento errado e
precipitado.
Segundo o
investigador comportamental João Abrantes[1], o autor do vídeo/texto que iremos
explorar neste conteúdo, é necessário cuidado em não verificar apenas um sinal e
tomar conclusões precipitadas. Segundo o mesmo é necessário verificar pelo
menos três sinais dos sete apresentados baixo.
Sete sinais confiáveis para identificar uma pessoa falsa
1.
Necessidade
de agradar a todos – é um comportamento que pode levar a falsidade, pois esta
necessidade está presente em pessoas muito maleáveis. Vivem sacrificando tempo,
dinheiro, objetivos e até as próprias opiniões (convicções) para ganhar
provação dos outros. Como estas pessoas temem muito serem rejeitadas, em meio a
um conflito de terceiros, terminam por dar razão aos dois lados, pois isso
oportuniza, possibilita, que esta posteriormente possa falar mal ambos os lados
quais defendeu. No entanto, vale salientar que às vezes tal pessoa assim procede
não por maldade, mas por ser pusilânime – fraca;
2.
Incapacidade
para acumular amigos (verdadeiros) – pessoas falsas estão sempre trocando de
círculo social e dificilmente voltam a andar com as pessoas que costumavam andar
no passado; elas só têm “os amigos da
vez” onde sempre se “encaixam como
uma luva”. As amizades não acontecem de maneira natural. A pessoa falsa
observa o “valor social” ou a “utilidade” que pessoa tem para ela naquele
momento, então se infiltra, mas não é por simpatia, mas por considerar a pessoa
uma “ponte” ou um “degrau” para onde deseja chegar, seja para outra pessoa de
seu interesse ou posição que deseje alcançar. Elas simplesmente penetram e
permanecem em um círculo social ou até a “máscara dela cair” e as pessoas se afastarem
ou até estas “pessoas perderam a utilidade”. E tão logo arrume “novos amigos” esta
vai embora.
3.
Personalidade
instável – uma hora ela está ótima, um exagero, todo mundo é “fofo”
e “queridinho” (a pessoa é atenciosa, calorosa, generosa...). No momento
seguinte ela está fria, irritada, grossa – o que também pode ser sinal de
transtorno, pois a pessoa pode estar atravessando algum problema alheio ao
nosso conhecimento (deve-se avaliar o contexto, o motivo, e correlacionar com outros
sinais), mas, no caso da pessoal falsa é apenas cansaço de segurar a máscara
que dá trabalho manter, pois ninguém realmente educado, mas cansa de ser
educado, mas cansa de segura a máscara vinte e quatro horas por dia;
4.
São
bajuladoras de gente rica, popular ou influente – elas “só colam na elite”. Embora se gabem até
de sua maturidade, mas são imaturas. E como não conseguem atingir seus
objetivos por mérito próprio, pois elas não sabem lidar com frustração, então
se grudam em pessoas “bem sucedidas”. “pessoas que já venceram” para se
sentirem “importantes por osmose”. Pessoas falsas não conseguem se sentir
importantes quando estão sozinhas e se juntar a elite é uma espécie de
paliativo para sua “carência de importância”. E quando fazem amizade com alguém
rico, popular e influente ficam se gabando disso para os outro em “uma manifestação evidente deste senso de
importância condicionada”, afirma Abrantes;
5.
A
enciclopédia viva da vida dos outros – mal falam da própria vida, mas, se falam,
é de maneira irreal, romanceada, fabulosa sobre si e dos seus. Abrantes afirma
que “a fofoca é um sinal bem obvio da
falsidade” e de fato as pessoas falsas são fofoqueiras por excelência, mas
tentam gourmetizar este péssimo costume, às vezes apresentado as mais variadas
e mirabolantes justificativas para dar ares de justiça e de boa intenção ao que
gosta de fazer – falar da vida alheia. Há um detalhe: se você, por se acompanha
de alguém que “fala tudo sobre vida dos
outros... Então tenha certeza que ela fala de sua vida pros outros também” com
direito a todos os acréscimos, enfeites e exageros que faz em seus relatos. Não
se iluda! Você não está imune, mas “não
se sinta mal por isso, pois estas pessoas costumam ser sedutoras e é fácil cair
na lábia delas”;
6.
Pessoas
falsas são extremante carentes de atenção e validação – observe
o quarto sinal, sobre a bajulação, veremos um sinal claro de sua carência
somada ao elitismo. Elas não resistem em ser o centro das atenções. Podemos
perceber que quando sozinhas com determinada pessoa, que não considere muito,
os falsos são atenciosas e gentis, mas quando juntam ao grupo de pessoas quais
“consideram” passam a tratar aquela mesma determinada pessoa com deboche,
desrespeito e depreciação, simplesmente porque não resistem a uma plateia. Mas
se você quiser deixar uma pessoa falsa furiosa basta ignorar.
7.
Pessoas
falsas costuma “demonizar” as vítimas anteriores para suas vítimas atuais – a
lógica por trás disto é que elas, como já mencionado, “não conseguem acumular amizades”, mas são craques em acumular desafetos.
Então, antes mesmo que uma das vítimas anteriores tenha oportunidade de alertar
outras pessoas sobre o/a “falsiane” (seja um parente, colega de trabalho, da
igreja e etc.), esta já vai soltando suas narrativas falsas para desqualificar,
manchar a imagem das “vítimas anteriores” para convencer a “vítima da vez”. Ou
seja, pra prevenir, as pessoas falsas demonizam as pessoas que possam alertar
sobre elas, fazendo até com que o “trouxa da vez” sinta raiva, desprezo antecipado
por estas que possam alertá-los, onde não terão nenhuma credibilidade, pois a
vítima atual “já foi avisada” previamente.
É fato que, às
vezes por algum motivo, nem nossos amigos verdadeiros conseguem ser
completamente transparentes, mas são eles que são transparentes e leias na
maioria das vezes e às vezes são sinceros em demasia – e nós, se verdadeiros,
da mesma forma. E muitas vezes é difícil distinguir as intenções de alguém, se
elas são genuínas e, infelizmente, não raro nos deparamos com histórias sobre
traição e falsidade promovidas por pessoas que fingem serem amigas por precisar
algo nosso, nem que seja apenas o nosso endosso sobre a afirmação positiva
sobre seu caráter.
Mesmo diante de
tais sinais, que ajuda a identificar a origem de certos problemas criados por
estas “almas equivocadas”, mas, como diria a psicóloga Pamela D. Garcy[2] sobre o perigo em
rotular pessoas: “rótulos criam
estereótipos que não ajudam a lidar muito efetivamente com a questão”, mas
devemos tentar “compreender a causa raiz
que desencadeia aquela postura/problema na pessoa”. E antes de sair por aí
identificando esse perfil tóxico devemos procurar conhecer a nós mesmo, pois
ainda, segundo Gracy, “quanto mais você
se conhece mais compreende as outras pessoas, entende estilos e formas mais
adequadas de interagir” e desta forma fica mais fácil de lidar com pessoas
de cabeças e mundos tão diferentes.
Mas como identificar estes talentos da falsidade?
Segundo José Roberto
Marques[3],
presidente da IBC Coaching, “a falsidade
é um comportamento que podemos levar certo tempo para identificar”, pois
somente podemos fazê-lo através da convivência aonde iremos gradativamente
perceber as ações que destoam das afirmações. “É como se fosse um quebra-cabeça e cada ação fosse uma peça (...)
conforme vamos conhecendo cada atitude e formando a imagem, conseguimos
encontrar indícios de que o outro está sendo falso”.
No entanto,
podemos observar alguns pontos que denunciam tais indivíduos, seja no convívio
pessoal ou ambiente de trabalho. O que torna isso possível é fato deste terem
um modus apreendi padrão por mais que
se considerem “pessoas diferenciadas” por aquilo que consideram suas
“habilidade sociais especiais”. Vejamos estes pontos:
1.
São capazes de manipular pessoas para fazerem sempre a sua vontade;
2.
Podemos vê-las frequentemente falando mal “pelas costas” até de
pessoas que costumam até tratar com carinho e atenção;
3.
Já foi pega
mentindo várias situações;
4.
Demonstra grande talento para atuação, fingindo sentimentos e coisas que não são
reais (afirmar convites e promessas que não foram feitos; elogios não ditos,
amizades que não tem e etc.);
5.
Trata
bem apenas aqueles que têm poder ou podem oferecer a ela
alguma vantagem;
6.
Está sempre buscando benefícios para si mesmos, sem se importar com os demais;
7.
Gosta
de aparecer e estar em evidência;
8.
Seu principal assunto é a vida alheia e está sempre em rodinhas de fofoca;
9.
Sendo pessoa
depreciativa, faz críticas sem qualquer intenção de estimular o
desenvolvimento do outro;
10.
Pode ser extremamente
simpática e agradável com alguém quando tem algum interesse.
Alguns dos
itens acima já foram mencionados no inicio do texto de maneira mais aprofunda e
algumas destas já são conhecidas, mas o que mais nos interessa é saber como
lidar com a falsidade dentro ou fora de nossa zona de conforto – no trabalho,
por exemplo, no nosso “ganha pão”, o desafio de ter que lidar com determinado
indivíduo que pode atrapalhar o convívio saudável com os demais colegas ou até
mesmo dar aquela “rasteira” profissional e nos desestabilizar por completo.
Então atentemos
para estas dicas, da IBC Coaching, para que saibamos proceder de maneira assertiva:
- 1 – Mantenha uma “distância de segurança”: depois de se certificar de que realmente está lidando com uma pessoa falsa, seja na vida pessoal ou no trabalho, é importante que mantenha uma distância de segurança. Isso significa se afastar se for possível ou, se não for, evitar manter longas conversas ou compartilhar coisas pessoais, informações que ela possa usar como artifícios para te prejudicar ou obter algum tipo de vantagem para si mesma.
- 2 – Evite demonstrar interesse pelas fofocas: se a falsidade está presente no seu ambiente de trabalho ou dentro da sua família, que são situações em que não dá para se afastar completamente, evite demonstrar interesse pelas fofocas. Se essa pessoa faz algum comentário sobre alguém perto de você, não alimente isso fazendo comentários ou concordando. Deixe claro que não quer participar e, também, não passe adiante o que ouviu, nem mesmo para quem foi citado.
- 3 – Seja firme e evite se deixar persuadir: se você já teve todas as provas da falsidade da pessoa através de suas atitudes ao longo do tempo, sabe com quem está lidando. Dessa maneira, evite se deixar persuadir e mantenha-se firme em suas decisões. Lembre-se que indivíduos falsos podem ser sedutores e fingir muito bem certos sentimentos para conseguir o que desejam.
- 4 – Mantenha sempre a educação e o respeito: tenha sempre em mente que “cada um oferece ao outro o que carrega dentro de si”. Portanto, não é porque uma pessoa é falsa que você precisa tratá-la mal. Como mencionado anteriormente, “mantenha uma distância de segurança” e siga em frente, tratando a todos com o mesmo respeito que deseja ser tratado. Isso pode, até mesmo, incentivar o outro a repensar suas atitudes.
- 5 – Desabafe sobre a situação apenas com pessoas de fora do ambiente em questão: se precisa lidar com a falsidade no trabalho, por exemplo, desabafe a respeito com alguém da sua família ou um amigo que não tenha qualquer relação com a empresa. Isso evita que se forme um “disse-me-disse” e se dê início a fofocas. Ao mesmo tempo, é natural que sinta o desejo de desabafar algo que o incomoda, basta que escolha bem com quem irá compartilhar para evitar que uma solução se transforme em problema.
- 6 – Concentre-se em fazer o bem e agir da forma que julga correta: por mais que estar com frequência no mesmo ambiente que uma pessoa que se comporta com falsidade possa ser desconfortável, depois de tomar as medidas citadas anteriormente para se proteger, concentre-se em fazer o bem e agir da forma que julga correta.
- Se for no trabalho, foque na sua função, em se dedicar e se desenvolver a cada dia mais. Se for em família, dedique sua atenção para aqueles que a merecem e que são verdadeiros com você – ignore as investidas da pessoa falsa.
- 7 – Se necessário, abra o jogo e fale o que sente ou peça ajuda: caso a situação comece a passar dos limites e, mesmo seguindo todas as outras dicas, a pessoa continuar te prejudicando, talvez seja preciso agir. Se for com alguém da família ou do círculo de amigos, pense na possibilidade de chamar o outro para uma conversa franca. Explique como se sente com aquilo e permita que ele dê sua versão.
- Caso seja no trabalho, analise com cautela se é melhor falar diretamente com a pessoa ou comunicar o setor de RH da empresa. Essa escolha apenas poderá ser feita por você, baseado em como é a relação com o indivíduo falso e em como as atitudes dele estão te afetando.
Como já dito, ter que lidar com pessoas
falsas, independente de onde estejamos, pode ser um desafio, pois elas podem
ser capazes de nos desestabilizar, atrapalhar nosso convívio e roubar nossa
paz. No entanto, levando em consideração todos os pontos apresentados ao longo
do texto conseguiremos tratar e agir da melhor forma possível diante de tais
situações promovidas por terceiros mal intencionados evitando assim, que isso
nos atinja.
Viver bem é ter uma boa qualidade de vida,
principalmente no que tange o nosso lado emocional.
- Se você gostou deste assunto vai gostar de ler também "O Falso e o seu discurso de três camadas".
[1] ABRANTES, João. Como identificar uma pessoa falsa (7 sinais
confiáveis). Youtube, 29 set. 2019. Disponível em:
<lhttps://www.youtube.com/watch?v=CiuBSDBa3GQ>. Acesso em: 11 fev. 2022.
[2] CEO FROM IDG. 9 dicas para saber lidar com pessoas tóxicas no trabalho.
Disponível em: https://cio.com.br/carreira/9-dicas-para-saber-lidar-com-pessoas-toxicas-no-trabalho/.
Acesso em: 13 fev. 2022.
[3] IBC INSTITUTO BRASILEIRO DE COACHING. FALSIDADE – COMO LIDAR COM ELA DENTRO E
FORA DO AMBIENTE DE TRABALHO. Disponível em: https://www.ibccoaching.com.br/portal/comportamento/falsidade-como-lidar-com-ela-dentro-e-fora-do-ambiente-de-trabalho/.
Acesso em: 13 fev. 2022.
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