NUVENS NO CHÃO

 



NUVENS NO CHÃO

Carlos Henrique Musashi - Em, 12 de Novembro de 1997.


Vejo paredes rosas e tijolos azuis

Vejo cirandas de anjos e sinos de luz

Sinto-me um Arcanjo deslizando

Pelo teto de nosso céu

Vejo nuvens de algodão doce 

Tudo isso depois de matar meu desejo

Com os beijos tão confusos de tua boca

Senti neve nos meus pés em pleno verão

Isso depois de teu abraço me lançar

Na imensidão de teu amor tão manso

Como se pudesse fazer as nuvens tocarem o chão


No advento de tudo

Uma geada no calor

Alegria, saudade e dor

Palavras perfumadas e corações acelerados

Em meio a um lago tão azul sem ondas

Já ficando vermelho com teu lindo e rubro rosto,

Tímido pelo carinho não esperado


Subestimo tua imaginação

Surpreendeste-me com teu cantar,

Abalou gentil e violentamente

Os alicerces reforçados de minha paixão reprimida.


O que te faz tão linda aos meus olhos?

Será a brisa nos teus cabelos?

O sol nos teus olhos?

O vento que realça as tuas curvas no vestido?

Ou será a tua boca que me canta e encanta

Com tuas palavras não ditas?

Pois sei que cada palavra está sendo medida

Pra depois somente pra teu amado ser dita

No futuro, em templo,

Ele há de te agraciar com eternas companhias 

De sementes jogadas no teu coração,

Que assim como todas,

Anseia por pequenas flores somente tuas.


Quem dera que fosse eu!

Quem dera que eu fosse aquele

Quem te dará estas pequenas flores celestiais

Não obstante sei apenas de minhas intenções,

Mas desconheço os teus pensamentos

Apenas sei que falo firmemente

Rogo a para que tu também cuides desta nossa semente

Desejo que ela progrida

Brote e dê frutos de alegria,

Não por ser apenas poesia,

Pois tudo isso que digo em símbolos não é fantasia

Nem tão pouco um exagero piegas

Estou falando de meu coração

E não de rimas e repentes

Apenas quero que saibas

Que contigo

Quero ser para sempre.


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